Por Daniel Galvão
É estranho pensar que deve haver uma espécie de
código de bom comportamento empresarial dentro das redes sociais. Um ambiente
tão livre e que sempre incentiva essa liberdade, como a internet, pode parecer
isento desse tipo de normatização, e utilizar uma espécie de guia de conduta
pode parecer estar na contramão dessa liberdade de expressão.
O ponto é que não estamos falando apenas de
opiniões e posições pessoais. Quando a rede social é da empresa, ela deve se
posicionar como empresa. Ou seja, os mesmos valores e missão que valem dentro
da empresa, valem para sua imagem na web.
Como empresa, você deve representar a solidez e
ética que seu consumidor espera. Seu público aceita que haja maior
descontração? Ótimo! Mas não é sempre assim, muitas vezes os clientes e público
alvo da empresa são justamente pessoas mais conservadoras, e arriscar demais
pode te fazer ser mal visto.
Além disso, é importante que você converse sempre
com seu alvo e, se seu alvo comercial tem opiniões diversas, é bom não tomar
partidos. Um exemplo comum são discussões políticas. Para a empresa, não
importa a posição pessoal do seu fundador, do seu analista de redes sociais, ou
mesmo da maioria de acionistas. O que importa é o cliente e o consumidor, e se
ele está em ambos os lados de uma discussão, é bom simplesmente se isentar.
Essas restrições se estendem aos principais chefes
da empresa. A imagem deles está atrelada demais à da empresa, então sim, sua
liberdade como indivíduo fica um pouco tolhida, mas isso não é o fim do mundo.
É bom sempre buscar ser idôneo e partilhar apenas
aquilo que te mantém seguro. Da mesma forma que você não fornece seus dados
pessoais para um estranho que te liga, você não deve fazê-lo na internet, seja
lá em qual rede social você esteja.
Sua postura como empresa faz a diferença, e as
pessoas estão de olho. Além disso, os próprios mecanismos de Big Data se
aproveitam disso. Se sua empresa mostra uma postura e investe naquela rede
social, ela vai aparecer principalmente para o tipo de consumidor que se alinha
às suas ideias.
Ou seja, assumir uma posição te ajuda a estar entre
aqueles que você está buscando quando investe em campanhas online. É bom sempre
montar uma estratégia de posicionamento de marca que se reflita nas redes
sociais.
Ações de marketing devem considerar o ambiente
online, mas devem se perguntar coisas simples, como “estou ofendendo alguém?”,
“para quem estou falando isso?”, “estou alinhado como minha missão e valores
como empresa?”.
É bom contar com analistas e pessoas especializadas
para cuidar de sua estratégia de marketing. Às vezes, algo inofensivo a seus
olhos, pode fazer toda a diferença para a empresa em um futuro próximo - e não
é toda marca que consegue suportar críticas pesadas, mesmo que momentâneas, até
que haja correções de uma postura.
Tome cuidado antes de fazer uma conta em uma rede
qualquer e sair por aí falando e compartilhando tudo que vê. Essas coisas
demandam estratégia e isso será visível em termos de prevenção de perdas,
gerenciamento de crise e, inclusive, na captação de novos leads. Mídia social,
hoje em dia, é coisa série e, como tal, merece planejamento e atenção.
Daniel Galvão
é publicitário
especializado em mídias digitais e fundador da Mango Digital
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