Por Lélio
Braga Calhau
O site Educação
Financeira para Todos tem colocado em pauta e alertado seus leitores sobre
a cobrança violenta de metas que os bancos impõem sobre os gerentes. Não é à
toa que os funcionários dos grande bancos tentam empurrar produtos financeiros
ruins para os consumidores (e ótimos para o banco). Eles são cobrados por isso.
O gerente é empregado do banco e está fazendo a sua parte. No entanto, cabe a
você consumidor antenado e leitor do Educação Financeira fazer a sua:
agradecer e rejeitar investimentos ruins.
Se o que
você deseja é investir seu dinheiro com segurança fico feliz que tenha chegado
a esse texto. Cabe a você ir até a instituição financeira de sua confiança e
perguntar sobre as melhores opções de investimento, àquelas que você já estudou
anteriormente e que o banco nunca te oferece em primeiro lugar. Depois
disso é só analisar as opções postas na mesa de negociação (corta logo o papo
da venda casada, que sabemos que é proibida) e vai ao que importa, o que é bom
para você e para a sua família.
O Tesouro
Direto tem dado retornos financeiros muito superiores à caderneta de poupança,
que vem perdendo investidores e sofrendo com o fato de remunerar bem abaixo da
inflação real (não a que o governo informa, mas a que você enfrenta no seu dia
a dia). O programa Tesouro Direto foi criado para que o pequeno investidor
possa ter acesso, também, aos rendimentos que anteriormente só eram alcançados
pelos grandes investidores, no Brasil. Hoje, com menos de cem reais você já
pode fazer aplicações no Tesouro Direto de forma segura.
Bem, não
precisamos nem explicar o porque, mas a simples menção a "Tesouro
Direto" na mesa do banco já causa um sentimento de desânimo no gerente.
Quando o consumidor conhece essa alternativa, não será fácil, o gerente do
banco, oferecer aqueles produtos péssimos para o consumidor como o título de
capitalização (que não é investimento; é seguro), aquele fundo de renda fixa
com "juros espetaculares" que a instituição financeira criou
"especialmente" para ele, um CDB com remuneração baixíssima, etc.
Falou
"Tesouro Direto", vem então a segunda tentativa (meio desesperada, é
lógico) de convencer o consumidor que aquilo ali não é bom para ele: é
complicado, o governo pode quebrar (se isso acontecer, o banco é afetado
também), precisa saber mexer com a internet, é perigoso, você pode perder
dinheiro, pode afetar sua reciprocidade com o banco (até parece, bancos gostam
de falar reciprocidade quando só interessa ao lado eles), etc.
No
entanto, perigoso, mesmo, é você fazer uma coisa sem estar preparado. Pilotar
um avião com habilitação de carro é perigoso. Pilotar uma moto com habilitação
de avião também o é. Investir no Tesouro Direto sem estudar o produto pode ser
perigoso. E sentar para negociar com uma instituição financeira sem estar
preparado também está no mesmo grau de risco. Tudo tem risco, mas cabe a você
se preparar, atender aos critérios mínimos exigidos e administrar os riscos.
Então,
como fazer para começar ter uma remuneração mais justa,
hoje, com o Tesouro Direto? Vá direto ao
site do governo federal (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto) e estude (pegue um caderno e vá registrando os
pontos principais). Anote como funciona esse produto, a rentabilidade e como
aplicar as diferenças. Comece a aplicar aos poucos com valores baixos e vá se
familiarizando com o produto. Não tem mistério. Tem que botar energia e buscar
aprender. Depois que passar a fase do estranhamento inicial, não haverá mais
dificuldades. Você passa a achar que "nasceu sabendo". É mais fácil
aplicar na poupança, mas dinheiro deixado ali no médio ou longo prazo está te
deixando mais pobre (porque perde da inflação real).
Então,
movimente-se e comece agora a aprender mais sobre o "Tesouro Direto".
É de graça e só depende do seu esforço pessoal. Defenda seus interesses
buscando retornos financeiros mais justos para você e sua família. Economizou
R$ 70,00 com alguma atitude positiva, vá lá e aplique em um investimento.
Aplicar pouco dinheiro de forma sustentável, sempre que você conseguir
economizar com algo no médio e longo prazo, fará seu dinheiro crescer muito com
os juros compostos. Fique de olho, pois o dinheiro não aceita desaforo. Quem
"joga dinheiro fora!” hoje pagará caro por isso no futuro. Invista
nos seus sonhos e na sua segurança!
Lélio Braga Calhau
é Promotor de Justiça de defesa do consumidor do
Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é
Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ, palestrante e Coordenador
do site e do Podcast "Educação Financeira para Todos".
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